Correção de Cicatrizes

A cirurgia de correção de cicatrizes, como o próprio nome sugere, tem como principal objetivo reduzir a cicatriz resultante de algum acidente, lesão ou procedimento, deixando-a mais uniforme e o mais próximo possível do tom e da textura da pele.

A cirurgia de correção de cicatrizes é considerada um procedimento de cunho estético, que pode contribuir para questões emocionais, já que uma boa parcela das pessoas que possuem cicatrizes se sente desconfortáveis, e até envergonhadas com as marcas que podem carregar pelo resto da vida.

Ou seja, uma cicatriz, cujo desenvolvimento é imprevisível, pode afetar a autoestima da pessoa, que por consequência, pode levar ao isolamento social e depressão.

A cirurgia de correção de cicatrizes serve exatamente para minimizar e/ou disfarçar a aparência de cicatrizes desfavoráveis ou precárias que podem surgir, principalmente por conta de uma má cicatrização.

 

Para quem se destina a cirurgia de correção de cicatrizes

Qualquer pessoa, em qualquer idade, pode se submeter a uma cirurgia de correção de cicatrizes, mas, no geral, procura por este procedimento, pessoas que se sentem incomodadas com a cicatriz, seja ela em qualquer parte do corpo.

No entanto, alguns fatores devem ser observados:

  • Você precisa estar fisicamente saudável;
  • Você não pode estar passando por tratamento ou ter doença ativa de pele (como por exemplo, acne) na área onde será feita a correção de cicatrizes;
  • Você não pode ser fumante, ou pelo menos, respeitar orientação médica quanto a um período de abstinência do tabaco;
  • O mesmo vale para alguns medicamentos, bebidas alcoólicas e drogas;
  • Condições de saúde do paciente, principalmente sobre casos de alergia em relação a medicamentos ou tratamentos médicos prévios;
  • Você precisa ser realista quanto aos resultados, justamente para que eles não lhe causem frustração.

Por esses motivos, é importantíssimo que escolha uma equipe médica especialista e com experiência em correção de cicatrizes. Dessa maneira, você não corre o risco de ser enganada em relação ao procedimento e resultados, além de ter mais segurança na realização da cirurgia.

Busque saber também, se o médico cirurgião está devidamente registrado na Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

 

Os tipos de cicatrizes

As cicatrizes podem ser tipificadas da seguinte forma:

– Por descoloração, irregularidades da superfície ou outras cicatrizes mais sutis

Nestes casos, as cicatrizes podem ser consideravelmente melhoradas através da cirurgia de correção de cicatrizes, ou até mesmo com tratamentos alternativos.

No geral, não causam qualquer prejuízo às funções do corpo, tampouco causam algum tipo de desconforto físico.

– Cicatrizes hipertróficas

São aquelas caracterizadas por aglomerados espessos de tecido cicatricial que tendem a se desenvolver diretamente no local da cicatrização.

Na maioria dos casos, as cicatrizes hipertróficas são altas e vermelhas. Mas também podem ser mais escuras (hiperpigmentadas) ou mais claras (hipopigmentadas).

Podem apresentar um certo desconforto, e também, aumentar com o passar do tempo.

– Queloides

Os queloides, que geralmente são causados pelo excesso de colágeno na pele durante o processo de cicatrização, são maiores do que as cicatrizes hipertróficas. Possuem como características aparências protuberantes e rugosos.

Os queloides tendem a se estenderem além das bordas da lesão ou incisão cirúrgica. São mais comuns em partes do corpo onde há pouco tecido subjacente de gordura, como por exemplo, na face, nas orelhas, no pescoço, nos ombros e no peito.

Os queloides não interferem no funcionamento do organismo ou do corpo, e sua aparência pode ser melhorada através da cirurgia de correção de cicatrizes.

– Contraturas

As contraturas são as cicatrizes que restringem a movimentação do paciente justamente por conta da junção da pele com o tecido subjacente durante o processo de cicatrização.

Ocorrem geralmente em queimaduras, onde há uma grande perda de tecido. Acontece que essas contraturas podem se formar onde a lesão de junta com a articulação, fazendo com que os movimentos fiquem restritos, em especial, nos dedos, no pescoço, nos cotovelos e nos joelhos.

A correção de cicatrizes, além de melhorar o aspecto da cicatriz, dando-a mais suavidade, também pode ajudar na melhora dos movimentos.

 

Tratando as cicatrizes…

O tratamento de cicatrizes varia de acordo com o tipo e o grau de cicatrização, e pode ser dividido em três maneiras básicas:

  1. Tratamento tópico simples;
  2. Procedimentos minimamente invasivos;
  3. Correção de cicatrizes através de procedimento cirúrgico e técnicas avançadas.

Os tratamentos tópicos são feitos geralmente com géis, fitas ou compressões externas que podem contribuir para o fechamento da lesão e na cicatrização. Podem também reduzir a capacidade da pele de produzir pigmento irregular.

Os chamados procedimentos minimamente invasivos são tratamentos injetáveis que são utilizados principalmente para preenchimento de cicatrizes reduzidas. Dependendo da situação e da substância injetada, é provável que o procedimento deva ser repetido, pois o resultado não é definitivo.

Já a correção de cicatrizes é um procedimento cirúrgico estético que visa melhorar a condição ou a aparência de uma cicatriz deixada por algum motivo específico.

Como o procedimento vai ser feito, depende da técnica que o médico cirurgião irá utilizar, mas no geral, seguem as etapas principais:

– 1ª etapa – Aplicação de anestesia, normalmente a geral, com sedação intravenosa, para melhor conforto do paciente.

– 2ª etapa – Tratamento de superfície da cicatriz, cuja melhora vai depender de vários fatores, tais como: local, gravidade, tamanho e tipo. Ou remoção cirúrgica da cicatriz.

A metodologia a ser utilizada depende da escolha do médico cirurgião, mas tem como finalidade suavizar irregularidades da superfície e reduzir a pigmentação irregular.

Normalmente, os tratamentos de superfície de cicatriz são um meio controlado de remoção mecânica das camadas superiores da pele ou alteração da natureza do tecido. Dentre as opções, temos:

  • Dermoabrasão, que visa refinar as camadas superficiais da pele através de uma raspagem cirúrgica.
  • Laser ou terapia leve, que visa alterar a superfície da pele através da formação de uma pele nova e saudável no local.
  • Soluções de peeling químico, que servem para suavizar as irregularidades na textura e na cor, realizado através da penetração na superfície da pele.
  • Agentes clareadores da pele, onde são aplicados medicamentos de forma tópica buscando deixar a pele mais clara.

Para cicatrizes mais profundas, é recomendada a remoção da cicatriz, que é feita cirurgicamente através de várias incisões até sua retirada.

– 3ª etapa – Fechamento das incisões, normalmente em camadas. A primeira camada exige fechamento subcutâneo (sob a superfície da pele) com suturas absorvíveis ou não removíveis.

Depois, são utilizadas técnicas avançadas de correção de cicatrizes para fechar o retalho, reposicionando a cicatriz de modo que ela fique mais discreta e com uma aparência melhor, corrigindo, se necessário, a flexibilidade onde a contratura possa estar impedindo a livre movimentação.

De qualquer forma, seja qual for o seu caso, consulte sempre um médico especialista para lhe recomendar a melhor solução para sua situação. Inclusive sobre substitutos farmacêuticos de tecido ou a expansão do tecido como substituto do enxerto de pele.

 

O pré-operatório de uma correção de cicatrizes

Algumas recomendações serão dadas e pedidos serão solicitados antes da cirurgia de correção de cicatrizes, justamente para avaliar se você está apto ou não para realizar o procedimento. São eles:

  • Realização de exame clínico e laboratoriais;
  • Ingestão de medicamentos (se necessário);
  • Ajuste de medicação de uso contínuo;
  • Suspender o uso de cigarro, caso você seja fumante;
  • Evitar o uso de alguns medicamentos, tais como: anti-inflamatórios, medicamentos naturais, aspirina e anticoagulantes; e
  • Respeitar o jejum conforme orientação médica.

 

O pós-operatório de uma cirurgia de correção de cicatrizes

É de suma importância que siga todas as recomendações médicas após a cirurgia, pois o sucesso da correção de cicatrizes depende muito disso.

É comum que o local apresente inchaço, sensibilidade, descoloração e um certo desconforto (dores).

Entre as principais recomendações estão:

  • Evitar força excessiva no local das incisões;
  • Evitar fricção no local da cirurgia;
  • Evitar exposição direta ao sol; e
  • Usar medicamentos e pomadas conforme prescrição.

Importante salientar que casos como falta de ar, dores fortes no peito ou batimentos cardíacos fora do normal, sejam prontamente reportados ao médico cirurgião para avaliar possíveis complicações.

 

Possíveis riscos recorrentes de uma cirurgia de correção de cicatrizes

Assim como qualquer procedimento cirúrgico, a correção de cicatrizes também oferece riscos, alguns deles muito raros. São eles:

  • Hematomas;
  • Seromas;
  • Dores fortes e contínuas;
  • Infecções;
  • Necrose da pele;
  • Necrose do tecido adiposo;
  • Má cicatrização;
  • Dormência no local;
  • Alterações, temporárias ou permanentes, na sensibilidade da pele;
  • Despigmentação da pele;
  • Inchaço prolongado;
  • Trombose venosa profunda;
  • Problemas cardíacos;
  • Problemas pulmonares;
  • Danos estruturais profundos que podem atingir nervos, vasos sanguíneos, músculos e pulmões;
  • Fios de sutura emergir espontaneamente na pele, sendo necessário remoção para evitar irritação e infecção; e
  • Possibilidade de realização de um novo procedimento cirúrgico.

 

Resultados de uma cirurgia de correção de cicatrizes

Os resultados definitivos da correção de cicatrizes podem levar vários meses para se tornarem aparentes. Dependendo do caso, pode-se levar até um ano para que a nova cicatriz esteja com o resultado definitivo.

Com a correção de cicatrizes, a marca deixada no corpo será minimizada, proporcionando um resultado estético mais agradável e a recuperação da autoestima.

Vale lembrar que uma cicatriz pode ter sua aparência melhorada com a cirurgia de correção de cicatrizes, mas dificilmente será apagada.

DR. ERICK BRAGATO

CRM 193.986 / RQE 91.669

Dr. Erick Bragato é Membro com Título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).

Formado em Medicina pela Universidade Estadual de Londrina (PR).

Residência médica em Cirurgia Geral no Hospital Federal da Lagoa (RJ).

Residência médica em Cirurgia Plástica estética e reconstrutora do Conjunto Hospitalar do Mandaqui (SES/SP).

Fellowship em Cosmiatria Avançada, com experiência em injetáveis em geral (Toxina botulínica, preenchedores e bioestimuladores) e rejuvenescimento Facial.

Doutorado na área de Biofotônica Aplicada às Ciências da Saúde (com ênfase em fotobiomodulação para rejuvenescimento facial).

Tem experiência em cirurgias da face e contorno corporal.