Enxaqueca e o Botox

A enxaqueca e o botox são antagonistas de uma batalha que pode ser facilmente vencida pelo segundo opositor quando aplicado por um médico especialista, após a definição da necessidade do determinado tratamento.

Você sabia que o botox, a toxina botulínica, foi desenvolvido para terapêuticas e só depois foi descoberto como protagonista de vários procedimentos estéticos?

Sim, é isso mesmo.

Durante a Segunda Guerra Mundial, Os Estados Unidos tiveram o interesse de refinar um grande estoque que tinham da toxina. Pois, diferente da Alemanha, não tinham a intenção de utilizar a toxina como arma biológica, mas sim como terapêutica para espasticidade de músculos dos olhos, como o estrabismo.

O botox também foi utilizado como tratamento pós-AVC, para relaxar e melhorar o uso do braço, que veio a ficar duro com o acidente. Foi a partir daí que os pesquisadores viram que a toxina botulínica poderia também ser aplicada no rosto para relaxar e melhorar as rugas e assim auxiliar nos tratamentos estéticos.

Os cirurgiões plásticos observaram que ao longo dos anos aplicando o botox para fins estéticos, ouviram o mesmo relato de seus pacientes, sobre a melhora das crises de enxaquecas, foi então que surgiu a ideia de pesquisar se o botox também era eficiente em casos de enxaqueca ou até mesmo para a enxaqueca crônica.

A eficácia do botox como tratamento terapêutico para a enxaqueca e enxaqueca crônica é comprovada e o procedimento é aprovado pela FDA.

Para saber mais sobre o uso do botox para a enxaqueca, fique atento ao nosso post sobre enxaqueca e o botox.

 

Como é o tratamento da enxaqueca com o botox?

O tratamento da enxaqueca com o botox é preventivo. As aplicações previnem as crises de enxaquecas, ou aliviam a dor durante as crises, no entanto, elas não zeram a dor.

O paciente que tem enxaqueca crônica tem a periodicidade das aplicações determinada pelo seu médico especialista, desenvolvendo assim, um tratamento de enxaqueca com o botox.

 

Quando a enxaqueca deve ser tratada com o botox?

Só o médico especialista pode indicar o uso do botox como forma terapêutica para os casos de enxaqueca ou enxaqueca crônica.

Geralmente o tratamento de enxaqueca com o botox é indicado quando o paciente tem as crises de dor por mais de 15 dias no mês, ou quando costuma ter cerca de 3 meses de crises em um ano, ou ainda quando o paciente fica incapacitado por cerca de oito dias sempre que tem crises de enxaqueca.

Essas crises mais intensas que causam a incapacitação do paciente são carregadas de muitas dores de cabeça, acompanhadas do incômodo com o barulho, sensibilidade à claridade e náuseas.

Portanto, se os sintomas da enxaqueca se manifestarem por um período de 15 dias recorrentes ou, no mínimo 8 dias de dor mais intensa, no decorrer de 3 meses, ao longo de 1 ano, o paciente recebe a indicação para tratar a enxaqueca com o botox.  

 

Como o botox ajuda a aliviar a dor?

Essa pergunta é mesmo muito pertinente e também muito realizada, pois ainda parece soar estranho para muitos pacientes a ideia de tratar sua enxaqueca com o botox, medicamento mundialmente conhecido por sua utilidade estética, no combate contra as rugas e linhas de expressões.

No entanto, a eficácia do botox no tratamento da enxaqueca é comprovada e pode ser facilmente explicada.

O botox é aplicado diretamente nos músculos do rosto, da cabeça ou do pescoço, com o intuito de bloquear o neurônio que leva o sinal para o músculo, assim como o neurônio que leva o sinal para o cérebro.

Bloqueando assim a ação no neurônio que leva a mensagem para o músculo, da mesma forma do que vai levar a dor para o cérebro.

Atuando tanto nos músculos que ficam contraídos e enrijecidos, gerando a dor, deixando-os mais relaxados, como também na inflamação crônica da região da cabeça e do pescoço, por causa da produção do CGRP e de outras moléculas de inflamação, que geram sinais de dor que bloqueiam o envio dos sinais de dor para o cérebro.

 

Como é a aplicação do botox?

A aplicação do botox como tratamento para enxaqueca é um procedimento simples, realizado com uma injeção, com agulha muito fina.

Vale ressaltar que toda a aplicação é feita em pontos específicos, previamente demarcados, na região da testa, na lateral da cabeça e na parte posterior da cabeça.

Há casos que necessitam de aplicações na parte da mandíbula e nos músculos da mastigação e na região do pescoço e dos ombros.

 

Qual o período de ação e efeito do botox para a enxaqueca?

Normalmente a aplicação é feita a cada 3 ou 4 meses. Muitos profissionais preferem reaplicar a cada 4 meses uma vez que, o período de ação do botox gira em torno de 4 a 6 meses.

No entanto, aqueles que aderem as aplicações trimestrais, seguem o protocolo americano, que recomenda a aplicação do botox a cada 12 semanas ou cada 3 meses.

 

Quais são os resultados esperados?

Logicamente que o resultado esperado é o alívio da enxaqueca. No entanto, as dores não são zeradas. Há uma redução média de 50% no nível da dor e na sua frequência.

Com o tratamento, o paciente consegue reduzir a frequência das crises de enxaqueca e a intensidade de cada crise.

O uso do botox como terapêutica vai colaborar com os aspectos da enxaqueca e reduzir os incômodos, nos dias de crises, em uma média de 50%, o que é muito significante para quem sofre desse mal.

 

O tratamento de enxaqueca com botox tem efeitos colaterais?

Ainda que o tratamento seja realizado por um especialista gabaritado, há uma ínfima chance de ocorrer alguns efeitos colaterais como, por exemplo, surgir um sangramento decorrente do rompimento de alguma veia atingida no momento da aplicação. Pode também estourar a veia e ficar com o sangue sob a pele, no entanto, ele é reabsorvido com certa facilidade.

Outro efeito muito incômodo é o botox ser aplicado fora do local, como quando se aplica a toxina em um determinado ponto e ela vaza para outro. Como ocorre com os casos de olhos caídos e sobrancelhas desalinhadas, onde uma dá a impressão de que uma está mais levantada que a outra.

Esses efeitos colaterais são raros, pois os médicos especialistas são habilidosos e possuem experiências nas aplicações, mas eles ainda podem ocorrer.

 

Quais cuidados devem ser tomados após a aplicação do botox? 

O botox é um líquido, portanto um dos principais cuidados a ser tomados após a sua aplicação é não ficar manuseando o local, lavando, esfregando ou apertando, de modo que possa remover a toxina do lugar onde foi aplicada inicialmente.

É recomendado que o paciente não se deite nas primeiras horas após a aplicação.

Depois de 5 horas da realização do procedimento, o paciente estará liberado para agir normalmente.

 

Não se submeter a reaplicações de botox precocemente

Engana-se quem acredita que fazer reaplicações de botox precocemente é a melhor forma de acelerar os resultados contra a enxaqueca e a enxaqueca crônica. Muito pelo contrário, realizar a aplicação num intervalo de tempo muito curto, diferente do indicado, pode levar o organismo a desenvolver anticorpos contra o botox e levá-lo a perder o efeito desejado.

Outro ponto relevante diz respeito ao paciente que aplicou o botox para fins estéticos há algum tempo e gostaria de realizar uma nova aplicação como terapêutica para enxaqueca.

Normalmente são aplicadas 200 unidades de toxina botulínica, botox, para cada aplicação terapêutica para enxaqueca. Se no procedimento anterior ao qual o paciente foi submetido foi utilizado o padrão, 50 unidades, na região do olho ou da testa, não haverá risco de gerar imunogenicidade.

 

Qual o período ideal para uma nova aplicação?

O período ideal para uma nova aplicação, caso o paciente tenha utilizado 200 unidades da toxina botulínica em seu tratamento estético, é o mesmo indicado aos pacientes que realizam as aplicações para fins terapêuticos, mínimo de 3 meses ou 12 semanas de espera entre as aplicações.

 

Gostou desse post? Se você se interessou pelo tratamento terapêutico do botox para enxaqueca, agende a sua consulta com o Dr. Erick Bragato e saiba mais!

DR. ERICK BRAGATO

CRM 193.986 / RQE 91.669

Dr. Erick Bragato é Membro com Título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).

Formado em Medicina pela Universidade Estadual de Londrina (PR).

Residência médica em Cirurgia Geral no Hospital Federal da Lagoa (RJ).

Residência médica em Cirurgia Plástica estética e reconstrutora do Conjunto Hospitalar do Mandaqui (SES/SP).

Fellowship em Cosmiatria Avançada, com experiência em injetáveis em geral (Toxina botulínica, preenchedores e bioestimuladores) e rejuvenescimento Facial.

Doutorado na área de Biofotônica Aplicada às Ciências da Saúde (com ênfase em fotobiomodulação para rejuvenescimento facial).

Tem experiência em cirurgias da face e contorno corporal.