Otoplastia

A otoplastia é um procedimento utilizado principalmente para fins estéticos, pois tem como principal finalidade corrigir eventuais deformidades das orelhas, em especial o problema de orelhas proeminentes ou de orelhas projetadas para frente, as famosas e temidas ‘orelhas de abano’.

O procedimento de otoplastia é rápido, com o paciente tendo alta, na maioria das vezes, no mesmo dia. As cicatrizes são bem discretas e ficam atrás das orelhas.

Além de um aspecto que visualmente pode incomodar, as pessoas com deformidades nas orelhas podem sofrer com piadas maldosas e comentários humilhantes.

Esse tipo de agressão verbal para quem tem deformidade nas orelhas, em especial quando ainda crianças, pode gerar traumas e afetar gravemente a autoestima, que inclusive, pode perdurar a vida toda.

Vale ressaltar que além de ser utilizada para fins estéticos, a cirurgia de otoplastia também pode ser destinada para fins reparadores.

Ao longo deste artigo, vamos esclarecer as principais dúvidas sobre a cirurgia de otoplastia

 

Origem da deformidade das orelhas e a finalidade da otoplastia

A maioria das deformidades nas orelhas é congênita, geralmente, essas alterações (orelhas projetadas para frente e/ou proeminentes) surgem ainda intraútero e tendem a piorar até o completo desenvolvimento das orelhas, que deve ocorrer entre os 5 e 7 anos de idade.

É nessa idade que a estrutura cartilaginosa das orelhas geralmente tem sua formação toda completa, e, qualquer alteração depois disso, é considerado insignificante.

Vale citar que essas deformidades também podem ser provenientes de algum trauma ou como sequela de alguma cirurgia malsucedida.

A otoplastia, como já mencionamos, tem duas finalidades básicas:

– Para fins estéticos:

Que tem como objetivo principal corrigir a projeção da orelha e reparar a anti-hélice e a concha, que neste caso, costuma ser proeminente.

A otoplastia com fins estéticos ajuda na correção de assimetrias, de angulação e de tamanho.

– Para fins reparadores, que busca a correção das orelhas em três situações distintas:

  • Em virtude de trauma ou cirurgias malsucedidas;
  • Em casos de microtia – quando as orelhas são muito pequenas; e
  • Em casos de anotia – quando existe a falta de pavilhão auricular (o apêndice situado lateralmente na cabeça, ou seja, a parte visível da orelha).

 

Para quem é destinado uma cirurgia de otoplastia?

A otoplastia é indicada para pessoas que se incomodam com as orelhas e tem o desejo de modificar sua fisionomia, além das pessoas que apresentam algum tipo de sequela na região.

A cirurgia em crianças é realizada à partir dos 7 anos de idade, quando a orelha já está bem formada.

Entretanto, existem alguns pontos que devem ser observados, pois podem ser considerados impeditivos para a cirurgia de otoplastia. São eles:

  • Pessoas com infecções de ouvido não tratada;
  • Pessoas com problemas cardíacos;
  • Crianças que demonstram objeções de se mexer nas orelhas já nas consultas; e
  • Crianças que ainda não tiveram o completo desenvolvimento das orelhas (a não ser por conta de trauma, mesmo assim, dependendo de avaliação médica).

 

É importante que as expectativas sejam realistas

É de suma importância que os pacientes (ou pais e responsáveis) sejam bem realistas sobre o resultado para não gerar insatisfação.

O cirurgião deve expor todas as possibilidades durante as consultas, deixando os pacientes (ou pais e responsáveis) ciente dos riscos e informados de como deverá ser o resultado da otoplastia.

 

Quais são os principais riscos da cirurgia de otoplastia?

Por se tratar de uma cirurgia relativamente simples, o risco é mínimo, principalmente se for realizada por equipe qualificada, com a clínica licenciada pela Vigilância Sanitária, e, sendo o médico cirurgião especialista em otoplastia, e, de preferência, devidamente credenciado na Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

Deve-se atentar também para o ambiente onde será realizada a cirurgia de otoplastia, pois ele deve estar devidamente equipado para contornar qualquer tipo de problema que possa acontecer.

Dessa forma, a segurança na cirurgia e do paciente é bem maior, ou seja, a possibilidade de alguma intercorrência fica bem reduzida.

No entanto, mesmo mínimos, os riscos ainda existem, e os mais comuns são:

  • Sangramentos;
  • Dores;
  • Má cicatrização; e
  • Necessidade de realização de um novo procedimento.

Vale ressaltar que existem algumas intercorrências que são comuns após a cirurgia de otoplastia:

  • Formação de edema;
  • Equimoses;
  • Drenagem de secreção sanguínea clara pela cicatriz.

E outras, mais incomuns:

  • Hematoma;
  • Infecção na região dos pontos;
  • Reação alérgica;
  • Dor forte e persistente;
  • Necrose;
  • Deiscência.

 

Como funciona a cirurgia de otoplastia?

Quando a otoplastia tem o intuito de corrigir as orelhas proeminentes ou as projetadas para frente, o médico cirurgião, através de incisões feito atrás das orelhas, remodela a cartilagem da concha alterando o tamanho da anti-hélice, ou seja, busca obter parâmetros anatômicos mais harmônicos através da modelagem da cartilagem e aproximando o pavilhão auricular do crânio.

Agora, quando a otoplastia é feita visando resolver um problema de microtia ou de anotia, o médico cirurgião costuma utilizar enxertos feitos com material do próprio paciente.

Vale observar que a confecção de pontos internos mais o enfraquecimento de determinadas porções de cartilagem constituem os aspectos fundamentais da operação.

 

Quanto tempo dura a cirurgia de otoplastia?

A cirurgia é rápida, cerca de 30 minutos em casos unilateral, ou de 90 minutos para os casos bilaterais.

 

Qual o tipo de anestesia é utilizado para o procedimento de otoplastia?

Em crianças, o mais recomendado é o uso de anestesia geral para realizar a cirurgia de otoplastia.

Em adultos, pode-se optar pela anestesia geral ou a anestesia local com sedação.

 

Como fica a cicatriz após a operação de otoplastia?

As incisões ocorrem, geralmente, no sulco entre a concha da orelha e a cabeça do paciente, ou seja, fica escondida atrás da orelha, isto é, totalmente discreta e escondida.

Ainda, como ponto positivo em relação às cicatrizes, pode-se citar o fato de que elas ficarão em uma região onde a pele é bem fininha, o que ajuda para que a marca fique praticamente imperceptível.

 

É preciso cortar o cabelo para fazer uma cirurgia de otoplastia?

Não existe recomendação médica para cortar o cabelo antes de uma cirurgia de otoplastia, muito pelo contrário, pois os cabelos, principalmente os mais compridos, ajudam a cobrir o edema na região no período pós-operatório.


Como é o pré-operatório da otoplastia?

Após passar por consultas e exames laboratoriais o médico cirurgião faz uma série de recomendações que servem como preparatório para a cirurgia. Dentre os mais comuns, podemos citar:

  • Suspensão do uso de cigarros, pelo menos duas semanas antes da cirurgia;
  • Evitar o uso de medicamentos anticoagulantes, anti-inflamatórios e/ou à base de ácido acetilsalicílico duas semanas antes da cirurgia;
  • Jejum mínimo de 8 horas antes do procedimento;
  • Lavar os cabelos na véspera do procedimento;
  • Informar o médico cirurgião qualquer quadro de gripe, resfriado, alergia, infecção ou febre.

 

Como é o pós-operatório da otoplastia?

É sempre bom lembrar que os resultados dependem bastante do pós-operatório.

É comum que no início você sinta a perda da sensibilidade, isso porque alguns nervos podem ser lesionados durante a cisão, mas o tempo recupera, sem problemas.

E, embora já possa estar liberado para realizar algumas atividades no dia seguinte, o paciente precisa respeitar uma série de recomendações para não correr o risco de intercorrências e problemas com a cirurgia.

Dentre as principais recomendações estão:

  • Repouso de pelo menos 2 dias;
  • Uso de faixa elástica ou bandana por cerca de 30 dias;
  • Dormir, obrigatoriamente, com a face voltada para cima por cerca de 45 dias, justamente para evitar o atrito nas orelhas, o que pode comprometer o resultado;
  • Evitar exposição intensa ao sol por pelo menos 60 dias, pois isso interfere no processo de cicatrização;
  • Evitar friagem e vento por 10 dias;
  • Praticar atividades físicas somente após 3 semanas, com liberação médica (exceto atividades de contato, que devem ser restritas por pelo menos 8 semanas);
  • Evitar possíveis traumas na região operada;
  • Atentar-se aos medicamentos prescritos;
  • Evitar o uso de medicamentos com efeito anticoagulante e/ou à base de ácido acetilsalicílico por pelo menos 2 semanas.

É muito importante ressaltar a importância do curativo e a proteção da orelha, principalmente para evitar traumas locais, em especial, em crianças.

O uso de touca ou faixa de lycra ajuda a manter as orelhas completamente fechadas, contribuindo valorosamente para o resultado final.

 

Os resultados de um otoplastia

A cirurgia de otoplastia consegue consertar a projeção, o tamanho e a falta de simetria das orelhas. E é este o resultado que você terá se seguir todas as orientações médicas, em especial no período pós-operatório.

O curativo só é retirado completamente depois de aproximadamente 60 dias, e é depois dessa remoção que você terá uma ideia de como será o resultado definitivo.

Estima-se que após esses dois meses, o resultado que estará vendo representa cerca de 80% do definitivo, que, geralmente é considerado, após 18 meses.

Há de se observar muito bem eventuais situações que podem interferir no resultado, como por exemplo:

  • Traumas no local, em especial nos primeiros seis meses;
  • Falta de uso de faixa ou malha de contenção das orelhas conforme orientação médica;
  • Deitar ou dormir sobre a região operada, principalmente nas primeiras semanas;
  • Limpeza incorreta da cicatriz.

Se você seguir todas as recomendações, dificilmente terá problemas ou complicações. Conseguirá corrigir as deformidades das orelhas, harmonizar o rosto e recuperar a autoestima.

DR. ERICK BRAGATO

CRM 193.986 / RQE 91.669

Dr. Erick Bragato é Membro com Título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).

Formado em Medicina pela Universidade Estadual de Londrina (PR).

Residência médica em Cirurgia Geral no Hospital Federal da Lagoa (RJ).

Residência médica em Cirurgia Plástica estética e reconstrutora do Conjunto Hospitalar do Mandaqui (SES/SP).

Fellowship em Cosmiatria Avançada, com experiência em injetáveis em geral (Toxina botulínica, preenchedores e bioestimuladores) e rejuvenescimento Facial.

Doutorado na área de Biofotônica Aplicada às Ciências da Saúde (com ênfase em fotobiomodulação para rejuvenescimento facial).

Tem experiência em cirurgias da face e contorno corporal.